O Grupo de Pesquisa
“Dinâmica Agrária e Desenvolvimento Sustentável na Amazônia” (GP-DadesaNaea), coordenado pelo Professor Francisco de Assis
Costa, do Núcleo de Altos Estudos Amazônicos, vem, desde 1989, desenvolvendo
estudos, metodologias e softwares que configuram um amplo leque de abordagens
visando cobrir as necessidades metodológicas para tratar a Amazônia
considerando:
1) a diversidade
estrutural resultante das particularidades dos diferentes agentes e razões em
reprodução na região;
2) as formas
particulares como se projeta tal diversidade nas formações urbanas, conformando
arranjos produtivos e economias locais e
3)os ambientes
institucionais que constrangem ou favorecem tais estruturações.
Com isso, o GP pretende
indicar que políticas com vistas a novas formas de desenvolvimento implicam
primeiro, em entrada e saída de recursos em contextos econômicos amplos e
sistêmicos, conformados por agentes diversos em suas capacidades. Assim, uma
pergunta central se coloca: qual o resultado final desses fluxos sobre as
condições gerais de reprodução dos agentes e economias (das pessoas e seus
contextos e territórios), sobre suas variáveis fundamentais de renda e emprego,
sobre suas relações com a base natural que a fundamenta e, portanto, sobre sua
capacidade endógena de evoluir?
O GPDadesaNaea, em um primeiro momento, se
concentrou em estabelecer a diversidade de agentes e suas expressões
específicas no que se refere ao desenvolvimento rural da Região e o que isso
representa para negação/manutenção/recuperação da base natural da região; em um
segundo momento, iniciou ampla pesquisa das interações rurais-urbanas dessas
formações em economias locais e logo em seguida, estabeleceu programa de
pesquisa com ênfase no papel da formação e disponibilidade de conhecimento e
das características das institucionalidades – local, regional e nacional – na
configuração do desenvolvimento regional. Mais recentemente, tem se esforçado
por integrar todos esses elementos com a questão das mudanças climáticas e das
novas commodities ambientais em formação.
Os resultados
desse esforço estão registrados em 21 livros, acima de 70 artigos científicos e,
mais ou menos, 40 capítulos de livros. Dois softwares especializados foram
desenvolvidos e 20 dissertações de mestrado e 8 teses de doutorado foram
concluídas no interior do grupo. As pesquisas têm contribuído com análises e
reorientações para as políticas de crédito, pesquisa e extensão rural regionais, na efetivação das aplicações do
Fundo Constitucional de Investimento do Norte - FNO, nas orientações para a
implementação do Programa Proambiente, na Amazônia, e na avaliação da
utilização de novas tecnologias para uma agricultura sem queima, no âmbito do
projeto Studies on Human Impact on Forest and Foodplains in the Tropics
(Projeto SHIFT), em cooperação com o programa Tipitamba da Embrapa. No âmbito
da Rede de Pesquisa em Sistemas e Arranjos Produtivos e Inovativos Locais
(RedeSist, UFRJ) tem participado intensamente na discussão sobre
desenvolvimento baseado em Arranjos Produtivos
Locais , inclusive os densos em cultura. Contribui
ativamente para a formulação, no âmbito de coloborações com o Centro de Estudos
e Gestão Estratégica (CGEE) e Secretaria de Assusnto Estratégicos da
Presidência da República (SAE-PR) de análises diagnósticas e prognósticas
visando um projeto de desenvolvimento para a Amazônia. Estudos do grupo têm
sido levados em ostensiva consideração pela Fundação Vale do Rio Doce e Governo
do Estado do Pará na condução de estratégia de desenvolvimento do Sudeste
Paraense. O grupo participa como convidado da Rede Temática de Pesquisa em Modelagem Ambiental
da Amazônia (Projeto GEOMA), dos institutos do Ministério de Ciência e
Tecnologia. Metodologias e teorias desenvolvidas pelo grupo têm fundamentado
pesquisas e programas de ensino conduzidos pelo Instituto de Estudios Agrarios
y Rurales (IDEAR), na Guatemala e do Servicio Central de Extensión y
Actividades en el Medio de la
Universidad de la República (SCEAM - UdelaR), no Uruguai.
O grupo conta,
hoje, com 16 pesquisadores entre estudantes e docentes – do NAEA, da Faculdade
de Economia da UFPa e da Universidade Federal Rural da Amazônia – UFRA, atuando
mediante quatro linhas de investigação: 1. Formação histórica da economia de
base agrária na Amazônia; 2. Dinâmica econômica contemporânea; 3. Dimensão
ambiental da dinâmica econômica e 4. Dimensão institucional da dinâmica
econômica na Amazônia.
O GPDadesaNAEA já
atuou em inúmeras cooperações, como, por exemplo, com o Ministério do Meio
Ambiente e Amazônia Legal, através de sua secretaria da Amazônia, com a União
das Universidades Amazônicas (UNAMAZ), com o Fundo Estadual de Ciência e
Tecnologia, a Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia e Meio Ambiente do
Estado do Pará, com Deutscher Entwicklungsdienst (DED), a Empresa Brasileira de
Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA), com a Superintendência de Desenvolvimento da
Amazônia (SUDAM), com a Federação de
Órgãos para Assistência Social e Educacional (FASE) e da Federação de
Sindicatos de Trabalhadores na Agricultura do Pará (FETAGRI-Pará). Atualmente
tem tido o apoio do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e
Tecnológico (CNPq) e da Fundação Ford (FF).
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